
Diário das Commodities: Seu Futuro Rico de 24 de janeiro
Alta nos futuros da soja e milho
Os contratos futuros de março para a soja encerraram a quinta-feira em alta, registrando um avanço de 8 centavos por bushel. O milho também apresentou valorização, subindo 5 centavos por bushel. Esses movimentos refletem, em parte, preocupações crescentes com as condições climáticas adversárias na Argentina, um dos principais exportadores globais de grãos. O mercado monitora atentamente o impacto dessas condições nas safras futuras, o que tem impulsionado os preços em Chicago. Além disso, o cenário macroeconômico, incluindo as recentes flutuações do dólar, também influencia a competitividade das commodities agrícolas, reforçando o aumento nos preços do milho e da soja.
Queda no trigo
Diferente da soja e do milho, os futuros do trigo tiveram uma queda de nível ao final da quinta-feira, com desvalorização de 1 centavo por alqueire. Esse movimento pode ser atribuído a fatores específicos do mercado de trigo, incluindo perspectivas de oferta mais robustas em outras regiões produtoras. Apesar das variações climáticas em alguns países, os estoques globais de trigo permanecem em níveis suficientes para atender à demanda. No entanto, a queda nos preços também pode refletir ajustes técnicos e menor impacto das preocupações climáticas, que têm afetado mais intensamente as culturas de milho e soja no curto prazo.
Clima na Argentina agrava condições
O clima adverso na Argentina continua a impactar níveis de condições de cultivo de soja e milho, com variação de clima seco e altas temperaturas para os próximos dias. Embora algumas regiões do Centro-Norte tenham recebido volumes moderados de chuvas, não foram suficientes para aliviar o estresse hídrico enfrentado pelas plantações. As atividades, já fragilizadas, estão apresentando sinais crescentes de variação, com riscos elevados de redução nos rendimentos. Esse cenário crítico reflete diretamente nas estimativas de produção agrícola do país, gerando preocupação nos mercados globais e impulsionando os preços das commodities agrícolas negociadas na Bolsa de Chicago.
Deterioração das condições da soja na Argentina
As condições das lavouras de soja na Argentina seguem se agravando, com 28% das áreas definidas como “ruínas” ou “péssimas”, representando um aumento de 10 pontos percentuais em apenas uma semana. Esse avanço alarmante destaca o impacto severo das condições climáticas adversas, especialmente a falta de chuvas e as altas temperaturas. A restrição acelerada das plantações afeta não apenas a produção local, mas também as perspectivas globais de oferta de soja. Como o mercado já é sensível a esses problemas, as projeções de menor rendimento para a safra de 2025 pressionam os preços da soja nos mercados futuros.
Milho também afetou a Argentina
As plantações de milho na Argentina enfrentaram uma piora significativa em suas condições devido à seca persistente e ao calor extremo. Em apenas uma semana, a área de variações como condições de “ruínas” subiu de 14% para 20%, enquanto as regiões em estresse hídrico aumentaram de 36% para 41%. Essa situação reflete a vulnerabilidade das atividades a essas condições climáticas, que comprometem o potencial de rendimento da safra de 2025. A redução nas estimativas de produção, já revisadas pela Bolsa de Cereais, reforça a preocupação do mercado sobre a capacidade de abastecimento global de milho sem curto prazo.
Redução na estimativa de produção na Argentina
A Bolsa de Cereais revisou para baixo as estimativas de produção agrícola na Argentina devido às condições climáticas adversas. A produção de soja foi ajustada de 50,6 para 49,6 milhões de toneladas, enquanto a de milho caiu de 50 para 49 milhões de toneladas. A seca severa e as altas temperaturas agravam o estresse hídrico nas atividades, resultando em menor produtividade. A redução nas projeções reflete os impactos diretos da extensão das áreas cultivadas, gerando preocupação no mercado internacional. Essas configurações fortalecem os preços das commodities em Chicago, enquanto os produtores argentinos enfrentam desafios crescentes para salvar suas safras.
Impactos climáticos no Brasil
O excesso de chuvas no Centro-Oeste brasileiro continua prejudicando os trabalhos no campo, especialmente a colheita de soja. Apesar de uma breve redução nas precipitações durante uma semana, as ilustrações indicam o retorno do clima de inverno nas próximas semanas, dificultando ainda mais as atividades agrícolas. Esse cenário impacta diretamente a logística de escoamento, atraindo embarques e instruções dos preços no mercado interno. Além disso, os produtores enfrentam desafios para evitar perdas nas mãos devido à alta umidade, o que pode comprometer a qualidade dos grãos. A instabilidade climática preocupa o setor e afeta o ritmo das exportações.
Baixa nos embarques brasileiros
As exportações de soja do Brasil para a China estão em queda devido a atrasos nos trabalhos de campo causados pelo clima. O excesso de chuvas no Centro-Oeste brasileiro desacelerou a colheita, reduzindo o volume disponível para embarque. Como resultado, os estoques chineses de soja, já apertados, ficam ainda mais apertados, levando o país asiático a considerar compras pontuais para suprir sua demanda. O mercado internacional de farelo também sente os reflexos desse cenário, com uma queda nas vendas globais. A continuidade das chuvas no Brasil poderá intensificar esses atrasos, influenciando as qualidades do comércio global de soja.
Mercado internacional de farelo de soja em queda
As vendas de farelo de soja no mercado internacional estão avançando, refletindo os impactos dos atrasos na colheita brasileira e a menor oferta disponível para exportação. A China, principal importadora de soja e derivados, viu seus estoques de farelo e grãos serem reduzidos, o que pode levá-la a realizar compras pontuais no mercado global. Esse cenário está diretamente relacionado ao atraso nos embarques brasileiros, causados pelo clima adverso no Centro-Oeste. A menor oferta de tarifa também pressionou os preços internacionais, enquanto os consumidores enfrentavam dificuldades para garantir suprimentos regulares e de qualidade.
Impacto das tarifas nos EUA
A redução da proposta inicial de tarifas sobre produtos chineses de 60% para 10% aliviou as preocupações com possíveis impactos na inflação dos Estados Unidos. A decisão foi anunciada pelo presidente americano e trouxe um rompimento ao mercado, que temia um efeito de queda nos preços. Com o menor impacto inflacionário, a expectativa de continuidade no ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve se manteve. Isso favoreceu a queda do dólar, tornando as commodities mais atrativas no mercado internacional. A decisão, embora limitada em termos de tarifas, contribui para uma perspectiva mais estável nas relações comerciais entre os dois países.
Preços do petróleo
Os contratos futuros de petróleo foram encerrados na última sessão em queda, com o barril do Brent cotado a US$ 77 e o WTI a US$ 74. Essa transferência no mercado reflete uma combinação de fatores, incluindo as incertezas sobre a demanda global e o impacto das declarações de Donald Trump sobre negociações com a OPEP. A queda dos preços também está relacionada ao aumento dos estoques em algumas regiões, o que reduz a pressão por novos reajustes. Embora o mercado esteja atento às políticas de corte de produção, a volatilidade dos preços é uma constante, especialmente diante da tensão geopolítica.
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