
Diário das Commodities: Seu Futuro Rico de 07 de janeiro
Subida dos preços:
Os preços futuros do milho e do complexo da soja continuam em alta, indicando uma valorização importante para os produtos agrícolas. Um dos fatores que se destaca é o aumento do preço do farelo de soja, que teve uma alta de quase 1,8% no mercado. Esse comportamento reflete a crescente demanda pelo produto, impulsionada por fatores climáticos adversos e desafios na oferta global. A valorização do farelo de soja, componente essencial na alimentação animal, dá suporte adicional ao preço da soja como um todo. Além disso, a alta nos preços futuros reflete a incerteza climática, principalmente na América do Sul, que pode comprometer a produtividade e a oferta. Esse cenário reforça a atratividade dos contratos futuros, já que o mercado precifica os riscos associados à produção e à logística, mantendo os preços em patamares elevados no curto prazo.
Impacto climático na Argentina e no sul do Brasil:

O clima mais quente e seco está influenciando diretamente a produção agrícola na Argentina e no sul do Brasil, duas regiões importantes para a safra global de grãos. Essa mudança climática é atribuída ao resfriamento das águas na região 3,4 do Oceano Pacífico e ao aquecimento na região da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina e do Chile. Esse padrão climático está associado a temperaturas mais altas e precipitações abaixo do normal, afetando o desenvolvimento das lavouras de soja e milho. Na Argentina, regiões como os Pampas estão enfrentando condições adversas que podem comprometer os rendimentos agrícolas. No sul do Brasil, estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina também sentem os efeitos do clima seco. A continuidade desse cenário aumenta as preocupações dos produtores e investidores, já que essas áreas são cruciais para a oferta global de grãos.
Seca em regiões produtoras da Argentina:
Mais de um terço das regiões agrícolas da Argentina está enfrentando calor intenso e chuvas em quantidade menor que o normal para esta época do ano. Essas condições climáticas impactam diretamente o desenvolvimento das culturas de soja e milho, as principais commodities do país. O clima mais quente e seco também reduz a umidade do solo, dificultando o crescimento das plantas e aumentando os custos com irrigação. Além disso, a menor precipitação prejudica o acúmulo de reservas hídricas, necessárias para suportar os períodos críticos de desenvolvimento das lavouras. Embora o cenário ainda não seja alarmante, os produtores já enfrentam desafios na manutenção da produtividade, o que pode impactar negativamente os rendimentos da safra. Se as condições persistirem, o cenário para os próximos meses pode se agravar, pressionando ainda mais os mercados globais e influenciando os preços das commodities agrícolas.
Previsão de continuidade do padrão climático:

As previsões meteorológicas indicam que o padrão de clima seco e quente continuará nos próximos 15 dias em importantes áreas agrícolas da América do Sul. Regiões como os Pampas argentinos, o sul do Paraguai, além do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná, no Brasil, permanecerão sob condições climáticas adversas. As precipitações previstas são inferiores ao esperado, enquanto as temperaturas seguem acima da média histórica. Esse padrão climático desfavorável impacta diretamente o desenvolvimento das culturas agrícolas, especialmente a soja e o milho, fundamentais para o abastecimento global. A manutenção do clima seco pode comprometer ainda mais o potencial produtivo das lavouras, enquanto o calor excessivo acelera a evapotranspiração e reduz a umidade do solo. Diante desse cenário, produtores e investidores estão atentos às próximas atualizações meteorológicas, considerando que qualquer mudança pode alterar significativamente as projeções de produtividade.
Temperaturas fora do normal:
As temperaturas na América do Sul estão fora do normal, afetando diferentes regiões de maneira contrastante. No sul do continente, os termômetros registram de 5 a 7 graus acima da média histórica, enquanto no norte as temperaturas estão abaixo do padrão. Esse desvio térmico impacta diretamente a dinâmica climática e a produção agrícola. No sul, o calor excessivo aumenta a evapotranspiração e reduz a umidade do solo, prejudicando o desenvolvimento das culturas, especialmente a soja e o milho. Já no norte, o clima mais frio pode atrasar o ciclo de algumas culturas e diminuir a pressão de pragas e doenças. Esses extremos climáticos são atribuídos a fatores como o aquecimento das águas na Terra do Fogo e o resfriamento no Pacífico, alterando os padrões climáticos regionais. A continuidade dessas condições preocupa produtores, que enfrentam desafios crescentes na gestão de suas lavouras.
Infestação de cigarrinhas na Argentina:

As altas temperaturas registradas na Argentina estão associadas a um aumento no risco de infestação de cigarrinhas, praga que já causou prejuízos significativos na safra do ano passado. O verão mais ameno até o momento favorece a redução do ciclo de vida do inseto, permitindo sua proliferação em maior escala. A presença de cigarrinhas afeta diretamente a produtividade das culturas, principalmente a soja e o milho, causando danos às plantas e impactando a qualidade da colheita. Além disso, o calor intenso pode aumentar a pressão dessa praga, reduzindo a capacidade de manejo por parte dos produtores. Caso as condições climáticas permaneçam favoráveis à sua reprodução, a infestação pode alcançar níveis críticos, comprometendo o desempenho das lavouras. A situação exige monitoramento constante e medidas preventivas, já que a gestão inadequada dessa praga pode causar perdas econômicas significativas para o setor agrícola argentino.
Previsão climática para a Argentina:
As previsões indicam que as temperaturas na Argentina devem permanecer acima do normal até fevereiro, apesar de modelos anteriores sugerirem uma normalização a partir da segunda quinzena de janeiro. Essa mudança nos modelos climáticos aumenta a incerteza para os agricultores, que já enfrentam dificuldades com o clima seco e quente. A continuidade dessas condições adversas pode comprometer ainda mais a produtividade das lavouras, especialmente em regiões como os Pampas, que são cruciais para a produção de grãos no país. As temperaturas elevadas, combinadas com a falta de chuvas, impactam negativamente o desenvolvimento das plantas, reduzindo o potencial produtivo e aumentando os custos operacionais, como irrigação e controle de pragas. A possibilidade de adiamento da normalização climática intensifica a preocupação dos produtores e investidores, que dependem de condições favoráveis para assegurar uma safra satisfatória.
Chuvas no Brasil:

As previsões climáticas indicam que regiões como Goiás, Minas Gerais e o norte do Mato Grosso receberão volumes expressivos de chuva nos próximos 15 dias, com acumulados entre 150 e 300 mm. Embora a chuva seja essencial para o desenvolvimento das lavouras, o excesso de precipitação nesse momento pode prejudicar a colheita da soja e atrasar o plantio do milho safrinha. A alta umidade dificulta o acesso às áreas agrícolas e aumenta o risco de doenças fúngicas nas lavouras, reduzindo a qualidade e a produtividade. Além disso, o excesso de chuva pode causar erosão do solo e dificultar a logística de transporte, impactando negativamente a comercialização dos grãos. Para os produtores dessas regiões, a situação exige planejamento e monitoramento rigoroso, já que a continuidade das chuvas pode gerar atrasos significativos no calendário agrícola, afetando a competitividade no mercado global.
Atraso no plantio do milho safrinha:
Em estados como Goiás e Mato Grosso, o plantio do milho safrinha já está fora da janela ideal devido ao atraso na colheita da soja, que registra um atraso de 10 a 15 dias. Esse descompasso no calendário agrícola é causado pelo excesso de chuvas, que dificulta o acesso às áreas de cultivo e reduz o ritmo das operações de colheita. O milho safrinha, por ser plantado logo após a soja, depende de um cronograma ajustado para garantir o máximo potencial produtivo. Com o atraso, o plantio ocorre em condições menos favoráveis, aumentando a exposição a riscos climáticos como geadas ou falta de chuvas durante o desenvolvimento da cultura. Essa situação compromete a produtividade e pode resultar em menor oferta do cereal no mercado, pressionando os preços e impactando a cadeia produtiva de alimentos e rações no Brasil e no exterior.
Cenário para o Rio Grande do Sul:

A partir da segunda quinzena de janeiro, o Rio Grande do Sul entra em uma janela climática crítica que definirá os resultados da safra. Caso as condições climáticas atuais de seca e calor persistam, a produtividade pode ser semelhante à de 2019, quando os rendimentos alcançaram apenas 70% do normal. No entanto, se o padrão climático mudar e chuvas regulares retornarem, o estado poderá repetir o desempenho de 2021, quando a produtividade foi 115% do esperado. A variabilidade climática é um fator de incerteza, já que a falta de chuvas impacta diretamente a formação dos grãos e a capacidade de desenvolvimento das lavouras. Produtores e investidores estão atentos às previsões, pois o Rio Grande do Sul é um estado-chave para a produção de soja e milho no Brasil. Uma recuperação climática adequada pode aliviar as tensões no mercado e melhorar as perspectivas para a safra nacional.
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