Diário das Commodities: Seu Futuro Rico de 27 de janeiro

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Diário das Commodities: Seu Futuro Rico de 27 de janeiro

Queda do Varejo na China

Em 2024, as vendas no varejo em Xangai registraram uma queda de 3,1%, representando o segundo declínio anual nos últimos 40 anos. O desempenho reflete um cenário econômico desafiador para o setor, marcado pela hesitação dos consumidores em gastar e pelas mudanças no comportamento de consumo. A retração é um sinal de alerta para a economia chinesa, que historicamente depende de um consumo doméstico robusto. Essa desaceleração se soma a uma retração anterior de 2,7% no ano anterior, diminuindo uma tendência preocupante e a necessidade de políticas econômicas que estimulem o consumo e revitalizem o varejo.

Aumento da Poupança Chinesa

A poupança na China atingiu um recorde de 55% do Produto Interno Bruto (PIB), marcando um crescimento de 11 pontos percentuais em relação ao período anterior. Este é o maior percentual registrado desde 1952, destacando uma mudança significativa no comportamento econômico da população. O aumento reflete uma preferência por poupar, em detrimento do consumo, e gera impactos profundos no desempenho da economia interna, incluindo menor arrecadação tributária e desaceleração do crescimento do setor de varejo. Embora a maior poupança também possa apoiar investimentos futuros, ela destaca desafios para equilibrar o crescimento baseado em consumo.

Consumo Interno em Declínio

A tendência crescente de poupança na China está diretamente relacionada à queda no consumo interno, afetando as capacidades da arrecadação tributária do país. Como os consumidores preferem economizar recursos em vez de gastar, setores como o varejo, serviços e turismo enfrentam desafios significativos. Essa dinâmica contribui para uma menor circulação de capital dentro da economia doméstica, limitando a capacidade do governo de financiar programas sociais e investimentos públicos. Além disso, a retração do consumo também implica na redução de oportunidades de crescimento para pequenas e médias empresas, que dependem fortemente da demanda doméstica.

Crescimento do PIB Chinês

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5% em 2024, mas um terço desse avanço foi impulsionado pelo saldo comercial positivo, em vez do consumo interno. A dependência crescente das exportações como motor do crescimento ressalta os desafios estruturais enfrentados pela economia chinesa, incluindo a hesitação dos consumidores em gastar e o aumento da poupança. Embora o crescimento seja um resultado positivo, ele revela a vulnerabilidade da economia às flutuações no comércio internacional. Para um crescimento mais sustentável, será crucial aumentar o consumo doméstico e reduzir a dependência de fatores externos.

Exportações na China

A absorção da poupança chinesa por outros países, por meio de exportações crescentes, gerou um impacto significativo no comércio global. Com uma economia doméstica em desaceleração, a China busca compensar sua demanda interna, intensificando o comércio exterior. No entanto, o aumento no volume de exportações é direcionado a mercados internacionais, que enfrentam desafios para equilibrar o consumo de bens chineses com a sustentabilidade de suas próprias indústrias. Essa dinâmica ressalta a interdependência econômica global e levanta questões sobre a capacidade de outros países em continuar absorvendo os excedentes da produção chinesa.

Redução de tarifas na Argentina

O governo argentino anunciou uma redução significativa nas tarifas de exportação de produtos agrícolas, buscando implicações no setor. As tarifas da soja caíram de 33% para 26%, enquanto o milho passou de 12% para 9,5%, e as receitas de soja foram reduzidas de 31% para 24,5%. Essa medida, válida por cinco meses, visa escolher estoques remanescentes e aumentar a competitividade dos produtos argentinos no mercado internacional. Além disso, o setor produtivo local espera aproveitar preços mais altos no curto prazo, incentivando o comércio e a recuperação econômica do país, ainda em crise.

Impacto nos Preços do Milho e Soja

O anúncio de redução de tarifas na Argentina gerou uma ocorrência imediata nos mercados internacionais. Os preços do milho subiram 9 centavos por bushel, enquanto o farelo de soja registrou um aumento de 4 dólares por tonelada na Bolsa de Chicago. Essa valorização reflete a expectativa de maior competitividade dos produtos argentinos e a resposta rápida dos mercados às mudanças regulatórias. Os produtores estão atentos às oportunidades de negociação nos próximos meses, enquanto os consumidores finais e indústrias enfrentam o desafio de se adaptar às novas condições do mercado.

Limpeza de Estoques na Argentina

A estratégia da Argentina é liquidar os estoques da safra velha de soja e milho antes da chegada da nova safra. O país que enfrenta desafios econômicos e cambiais busca maximizar a competitividade de seus produtos agrícolas no mercado global. Com o aumento das licenças de exportação e a redução das tarifas, os produtores têm cinco meses para aproveitar os preços mais altos. Essa medida também busca aliviar a pressão sobre os armazéns locais e estimular o movimento econômico no setor agrícola, contribuindo para um cenário de maior liquidez e melhor fluxo comercial.

Importações da Argentina

Apesar de ser um dos maiores produtores de soja do mundo, a Argentina continua importando o grão do Paraguai e do Brasil para atender sua demanda interna. Essa prática reflete a necessidade de complementar sua oferta local, especialmente em períodos de alta demanda por farelo e óleo de soja. A importação também permite que a indústria argentina mantenha operações contínuas, mesmo em momentos de escassez sazonal ou mudanças nos preços internacionais. Com as reduções tarifárias, a expectativa é de que a oferta aumente totalmente, trazendo benefícios para o setor.

Oferta Maior e Queda nos Preços

Com a redução de tarifas e a liberação de estoques na Argentina, a oferta de soja e milho deverá aumentar significativamente nos próximos meses. Essa abundância tende a pressionar os prêmios de exportações e os preços na Bolsa, criando um cenário de volatilidade para os mercados globais. Além disso, a competição entre Argentina, Brasil e Estados Unidos pelos mercados consumidores pode intensificar a queda dos preços. Os produtores, por sua vez, estão atentos às oportunidades de negociação antes que os preços recuem ainda mais, enquanto as indústrias se beneficiam do aumento da oferta.

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