Dados Econômicos dos EUA
Vendas do varejo:
A expectativa é de que as vendas no varejo nos Estados Unidos apresentem uma alta de 0,6% em novembro, um resultado que supera a projeção de consenso do mercado, que está em 0,5%. Esse crescimento indica uma aceleração em relação a outubro, quando o índice avançou 0,4%. A projeção otimista é baseada em fatores como a sazonalidade das compras de final de ano, além de um aumento nos gastos dos consumidores em itens de maior valor agregado. O chamado “grupo de controle”, que exclui categorias mais voláteis, pode subir cerca de 1,0% na visão de alguns analistas, contrastando com a expectativa de 0,4% do mercado. Esses números ressaltam o impacto positivo de uma demanda doméstica sólida, impulsionada pela melhora no mercado de trabalho e salários resilientes.
Produção industrial:
A produção industrial nos Estados Unidos também deve apresentar um desempenho positivo, com uma alta projetada de 0,3% para novembro. Esse número reflete uma recuperação consistente após um período de volatilidade nas cadeias de suprimento e nos preços de insumos. Embora o mercado tenha projetado uma leve queda de -0,3% no mesmo indicador, sinais recentes, como a estabilização nos custos de energia e a recuperação em setores chave, como manufatura e construção, apontam para resultados acima do esperado. A força na produção industrial reforça a tese de uma economia em expansão e com potencial para manter um nível de atividade elevado mesmo diante de um cenário de juros altos.
Economia dos EUA Resiliente

Os dados recentes indicam que a economia dos Estados Unidos continua robusta, apresentando resultados sólidos que vão além das expectativas do mercado. O aumento nas vendas do varejo e na produção industrial demonstra a capacidade da maior economia do mundo de sustentar um nível elevado de atividade econômica, mesmo com taxas de juros em patamares altos. Esse desempenho tem sido impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a força do mercado de trabalho, com baixas taxas de desemprego, e o aumento gradual dos salários, que tem fortalecido o poder de compra da população.
Adicionalmente, a estabilização dos custos de energia e a normalização das cadeias de suprimento também têm contribuído para um cenário favorável. A recuperação em setores industriais, como manufatura e tecnologia, reforça a capacidade de adaptação da economia americana. Esses indicadores robustos reforçam a percepção de que o Federal Reserve (FED) pode manter uma política monetária mais restritiva por um período prolongado.
Essa resiliência econômica, no entanto, traz implicações significativas para a política de juros. Com uma economia mostrando sinais de força, os formuladores de política monetária do FED não têm motivos para acelerar cortes de juros. Na verdade, os dados recentes fortalecem a tese de que a autoridade monetária deve manter as taxas de juros elevadas para evitar um novo ciclo de inflação. A perspectiva de uma economia resistente e sem sinais claros de desaceleração relevante fortalece o argumento para uma abordagem cautelosa, garantindo que a inflação permaneça dentro das metas estabelecidas pelo banco central americano.
Donald Trump e Tarifas
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a destacar seu posicionamento protecionista ao mencionar a possibilidade de reintroduzir tarifas sobre produtos de outros países. Durante uma de suas falas recentes, Trump citou o Brasil como exemplo de uma nação que, segundo ele, adota políticas que oneram produtos americanos. Essa foi uma das primeiras vezes em que o Brasil foi citado diretamente nesse contexto, desde que Trump anunciou sua pré-candidatura para as eleições presidenciais de 2024.
Trump argumenta que muitos países, incluindo o Brasil, aplicam tarifas elevadas sobre importações provenientes dos Estados Unidos, o que, segundo ele, cria um ambiente comercial desigual. Essa retórica é parte de sua estratégia para ressaltar a necessidade de políticas mais rígidas de defesa econômica e industrial nos EUA, o que foi uma marca de sua administração anterior.
A menção ao Brasil, em particular, pode ter implicações significativas, especialmente em setores como o agronegócio e a indústria. O Brasil é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas para os EUA e pode enfrentar barreiras adicionais caso a proposta de Trump ganhe tração política. Por outro lado, a referência também coloca o Brasil em destaque nas discussões comerciais americanas, aumentando a necessidade de articulação diplomática para evitar impactos adversos em relações bilaterais estratégicas. Essa abordagem protecionista é consistente com a agenda “America First” defendida por Trump, que busca priorizar a competitividade das empresas e dos trabalhadores americanos frente à concorrência global.
14. China e Déficit Público

Há uma possibilidade crescente de que a China eleve seu déficit público de 3% para 4% do PIB em 2025, marcando um recorde histórico no uso de recursos fiscais. Esse aumento está sendo cogitado como uma estratégia para estimular o crescimento econômico em meio a desafios internos e externos. O objetivo central seria alcançar uma meta de crescimento de 5% para o PIB, alinhada com as prioridades do governo chinês de impulsionar setores estratégicos, estabilizar o mercado de trabalho e fortalecer a confiança do mercado interno.
A decisão de ampliar o déficit público reflete um esforço reativo do governo chinês para lidar com a desaceleração econômica observada nos últimos anos, agravada pela crise no setor imobiliário, redução no consumo doméstico e pressões externas relacionadas a disputas comerciais com os Estados Unidos. O uso de estímulos fiscais é visto como uma maneira de revitalizar a economia por meio de investimentos em infraestrutura, inovação tecnológica e subsídios para pequenas e médias empresas.
No entanto, essa estratégia carrega riscos. Um aumento no déficit público pode pressionar a dívida pública chinesa, que já está em níveis elevados, além de aumentar as preocupações com a sustentabilidade fiscal no longo prazo. Fontes do governo sugerem que o uso desse recurso seria temporário e cuidadosamente direcionado, mas a falta de clareza sobre como e quando será implementado gera incertezas nos mercados. Ainda assim, caso confirmado, o aumento do déficit reforçaria o compromisso da China em priorizar o crescimento econômico, mesmo que isso signifique assumir maiores riscos fiscais.
Brasil e Mercado Financeiro
O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de forte pressão, com desvalorização do real e aumento das taxas de juros, mesmo após a surpreendente intervenção do Banco Central (BC), que realizou vendas expressivas de reservas internacionais. O movimento do BC, que não era amplamente esperado, buscou conter a volatilidade cambial e trazer maior estabilidade ao mercado. No entanto, o impacto foi limitado, refletindo a percepção de incertezas políticas e fiscais que continuam a influenciar os investidores.
Além da questão cambial, as taxas de juros futuras também sofreram alta significativa. Esse movimento foi atribuído, em parte, às ações do próprio Banco Central, cuja venda de reservas acabou elevando a pressão no mercado de títulos. Comentários recentes do presidente da República sobre os juros, sugerindo que eles são “a única coisa errada no Brasil”, também podem ter contribuído para o aumento da aversão ao risco, sinalizando possíveis interferências políticas na política monetária.
Outro fator de instabilidade foi o impacto indireto de declarações internacionais, como a fala de Donald Trump sobre tarifas, que gerou incertezas quanto ao comércio global. Apesar desses desafios, o mercado ainda aguarda com expectativa o desdobramento das discussões sobre o pacote fiscal no Congresso, o que pode trazer algum alívio, dependendo do seu desfecho. Em suma, o cenário atual é marcado por uma combinação de fatores internos e externos, que mantêm os mercados em alerta e reforçam a necessidade de articulação política e medidas econômicas que inspirem maior confiança nos investidores.
Pacote Fiscal Brasileiro
Há grande expectativa em relação à votação do pacote fiscal no Congresso Nacional, que engloba projetos de lei (PLs) e propostas de emenda constitucional (PECs) voltadas para a contenção de gastos públicos e ajustes orçamentários. Esse pacote é considerado um dos pilares para a consolidação do equilíbrio fiscal no Brasil e tem sido acompanhado de perto pelo mercado financeiro e por analistas políticos.
Entre as medidas mais importantes está o PL relatado pelo deputado Isnaldo Bulhões, que inclui mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e no cálculo do salário mínimo, com o objetivo de reduzir o ritmo de crescimento das despesas obrigatórias. Além disso, uma PEC com impacto significativo aborda ajustes no Fundeb e a revisão de supersalários no setor público, gerando potencial de economia para os cofres públicos.
Apesar da relevância das propostas, há desafios. As discussões no Congresso indicam que o pacote fiscal pode sofrer diluições para garantir a aprovação, especialmente devido às resistências de algumas bancadas. Ainda assim, mesmo um pacote mais enxuto é visto como positivo para retirar o risco de não aprovação neste ano, o que seria prejudicial para a confiança do mercado. A votação, que pode ocorrer ainda nesta semana, é crucial para a agenda econômica do governo e deve definir o tom do equilíbrio fiscal nos próximos anos.
Reformas no Brasil

Mudanças no BPC e salário mínimo:
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o cálculo do salário mínimo estão no centro das discussões no Congresso Nacional. A proposta é reduzir o impacto dessas despesas no orçamento federal, ajustando critérios de concessão e reajustes. No caso do BPC, discute-se a inclusão de condicionantes para a liberação do benefício, enquanto o salário mínimo pode ter um índice de reajuste mais moderado, levando em conta a capacidade fiscal do governo. Essas alterações, embora necessárias para a contenção de gastos, enfrentam forte resistência de parlamentares e setores da sociedade, que argumentam que essas medidas podem prejudicar os mais vulneráveis.
PEC com ajustes no Fundeb e supersalários:
Uma das PECs em tramitação aborda mudanças importantes no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e a revisão dos chamados supersalários no setor público. No caso do Fundeb, propõe-se a revisão de critérios de alocação de recursos para otimizar a eficiência do fundo. Já os supersalários, que são remunerações acima do teto constitucional, estão na mira do governo para gerar economia significativa e dar um sinal de austeridade fiscal. Ambas as mudanças são vistas como passos essenciais para a sustentabilidade das contas públicas, mas também enfrentam resistências políticas, o que pode atrasar ou modificar o escopo das reformas.
Relatório da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)
O relatório da LDO apresentado recentemente traz inovações importantes que visam aumentar a transparência e a eficiência na gestão fiscal do governo. Uma das principais mudanças é a obrigatoriedade de o governo mirar no centro da meta fiscal até o quinto bimestre do ano. Essa medida busca corrigir uma prática observada em 2024, quando o governo mirou de forma consistente o limite inferior da meta, o que reduziu a necessidade de contingenciamentos e dificultou o controle mais rigoroso das contas públicas. Com essa nova regra, o governo deverá adotar uma abordagem mais equilibrada e responsável, evitando estratégias que flexibilizem excessivamente o cumprimento das metas.
Outra inovação significativa é a inclusão de ajustes na contabilização da dívida pública e do resultado primário. O relatório propõe que participações da União em fundos privados sejam contabilizadas de forma mais transparente, permitindo um retrato mais fiel da situação fiscal do país. Essa mudança visa evitar a subestimação da dívida pública e fortalecer a credibilidade dos números apresentados ao mercado e à sociedade.
Além disso, a LDO traz ajustes na alocação de recursos para o fundo partidário, promovendo uma correção menor do que a esperada inicialmente, a pedido do governo. Também foi autorizada uma mudança na gestão de estatais dependentes, permitindo maior flexibilidade, mas levantando preocupações quanto à criação de brechas que possam ser exploradas de forma menos eficiente. Essas inovações no relatório são vistas como passos positivos, embora o impacto final dependa da implementação rigorosa dessas medidas.
Esforços do Governo no Congresso
O governo tem intensificado seus esforços no Congresso Nacional para garantir apoio político em pautas prioritárias, especialmente em relação às leis orçamentárias e reformas estruturais. Um dos movimentos estratégicos foi a nomeação de aliados políticos para ocupar cargos em agências reguladoras. Essa ação visa não apenas fortalecer a base do governo no parlamento, mas também assegurar que as agendas regulatórias estejam alinhadas com as prioridades econômicas e sociais da administração.
Além das nomeações, houve avanços em discussões sobre as leis orçamentárias para 2024, incluindo o relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata de ajustes fiscais. A articulação política no Congresso tem se concentrado em acelerar a tramitação dessas pautas, que são vistas como fundamentais para o equilíbrio fiscal e a recuperação da confiança do mercado.
Outro ponto relevante foi a sinalização de que o presidente da Câmara pode recorrer a uma manobra regimental para acelerar a tramitação da reforma tributária. Essa estratégia consiste em utilizar uma PEC antiga como base para a votação direta em plenário, evitando etapas mais demoradas nas comissões. Essa abordagem, embora controversa, reflete a urgência do governo em aprovar reformas que possam gerar receitas adicionais e viabilizar seus compromissos fiscais. No entanto, o sucesso dessas iniciativas depende da capacidade do governo de superar resistências internas no Congresso, especialmente em pautas que afetam diretamente interesses de grupos políticos e econômicos.
Ata do COPOM

A divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) é aguardada com grande expectativa, pois trará detalhes sobre a sinalização de novas altas na taxa Selic. O comunicado anterior indicou a possibilidade de mais dois aumentos de 100 pontos-base cada, o que levaria a taxa básica de juros a um patamar ainda mais restritivo. A ata deverá esclarecer as condicionalidades para esses ajustes adicionais, como a necessidade de dados econômicos que reforcem a persistência de pressões inflacionárias ou riscos fiscais que possam comprometer a trajetória da dívida pública.
Um ponto importante que o mercado espera observar na ata é a justificativa para a unanimidade no voto dos membros do COPOM. Embora o comunicado tenha mencionado consenso entre os diretores, a ata pode trazer nuances que expliquem eventuais divergências internas sobre o ritmo ou a intensidade do aperto monetário. Adicionalmente, os analistas buscarão pistas sobre o horizonte de política monetária considerado pelo Banco Central, incluindo a projeção de inflação para os próximos anos e a avaliação de riscos associados a choques externos ou domésticos.
Outro aspecto que poderá ser abordado na ata é a análise do impacto de decisões fiscais recentes, como a possível aprovação do pacote fiscal no Congresso, sobre a condução da política monetária. Caso a ata traga sinalizações claras de que os ajustes futuros na Selic dependem do comportamento fiscal ou do andamento de reformas estruturais, isso poderá influenciar diretamente as expectativas do mercado e as decisões de investidores. Em resumo, a ata do COPOM será um documento crucial para entender as próximas etapas da política monetária no Brasil e os fatores que continuarão a moldar a trajetória dos juros no país.
https://www.bcb.gov.br/publicacoes/atascopom
Diário das Commodities Seu Futuro Rico de 17 de dezembro - seufuturorico.com
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