
PIB dos EUA
A terceira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre de 2024 apresentou um crescimento anualizado de 3,1%, revisado para cima em relação à previsão inicial de 2,8%. Esse desempenho reflete uma economia americana resiliente, impulsionada principalmente pelo aumento nos gastos dos consumidores e pela força do mercado de trabalho. A revisão demonstra que a atividade econômica nos EUA continua aquecida, apesar de desafios como o aumento das taxas de juros e preocupações globais com desaceleração econômica. O resultado é um sinal positivo para os investidores, mostrando que a maior economia do mundo está se expandindo em ritmo mais robusto do que o esperado. Esse dado também reforça a expectativa de que o Federal Reserve possa manter uma política monetária mais cautelosa em relação a novos aumentos de juros, equilibrando o controle da inflação com o estímulo ao crescimento econômico.
Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA

Os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos surpreenderam positivamente o mercado, totalizando 120.000 na última semana, muito abaixo das expectativas de 230.000. Esse número é considerado um importante termômetro do mercado de trabalho americano, e sua queda reflete a solidez do setor empregatício. A redução nos pedidos pode indicar que empresas estão evitando demissões em massa, mesmo em um cenário de aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve. Além disso, a melhora no indicador sugere que a demanda por mão de obra permanece elevada, acompanhando a recuperação econômica em setores críticos. A consistência desse indicador pode reforçar a confiança do consumidor e das empresas, contribuindo para manter o ciclo de crescimento econômico. No entanto, analistas permanecem atentos à possibilidade de uma desaceleração futura, caso o Fed adote políticas mais restritivas para controlar a inflação.
Intervenção no câmbio pelo Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil realizou dois leilões de dólares na última quinta-feira, totalizando 8 bilhões de dólares, em resposta a um fluxo atípico de remessas de dividendos para o exterior. O primeiro leilão, anunciado previamente, ofertou 3 bilhões de dólares, mas a alta demanda superou as expectativas, levando a um segundo leilão, de 5 bilhões de dólares. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a intervenção visou contrabalancear o fluxo cambial, garantindo estabilidade ao mercado. Ele descartou rumores de um ataque especulativo contra o real, explicando que a medida foi uma resposta técnica e pontual. Essa atuação reforça o papel do Banco Central na manutenção da estabilidade financeira, principalmente em um período de alta volatilidade. A decisão foi bem recebida pelos investidores, pois reduziu a pressão sobre a moeda brasileira e ajudou a estabilizar o mercado cambial.
Taxa de câmbio no Brasil

O real brasileiro apresentou forte valorização na última quinta-feira, ganhando 2,4% em relação ao dólar americano e fechando a 6,14. Esse movimento foi impulsionado, em parte, pela atuação do Banco Central, que realizou leilões significativos de dólares no mercado para conter a volatilidade. Além disso, o fortalecimento da moeda foi sustentado por um fluxo cambial positivo e pela maior confiança dos investidores na economia brasileira, diante de intervenções pontuais e de medidas fiscais em andamento. A apreciação do real também reflete um cenário global em que moedas emergentes estão mostrando recuperação frente ao dólar, em resposta a sinais de desaceleração do aperto monetário nos Estados Unidos. Essa valorização proporciona alívio aos setores dependentes de importação e pode ajudar a conter a inflação doméstica, ao reduzir os custos de bens e serviços importados.
Ibovespa e títulos
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a quinta-feira com alta de 0,3%, refletindo a confiança dos investidores diante de uma agenda econômica movimentada e das intervenções no mercado cambial pelo Banco Central. Apesar de um ganho modesto, o índice foi sustentado por setores como o financeiro e de commodities, que tiveram desempenho positivo. No mercado de renda fixa, os títulos indexados à inflação e os prefixados registraram uma performance sólida, beneficiados pela estabilização cambial e por sinais de controle da inflação no Brasil. Esse movimento atraiu investidores interessados em ativos de menor risco em um cenário de maior estabilidade. A combinação de valorização cambial, intervenção governamental e perspectiva econômica moderadamente positiva contribuiu para um dia de ganhos equilibrados, embora os investidores permaneçam atentos às próximas decisões de política monetária e fiscal.
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Mercados internacionais
Os mercados internacionais apresentaram movimentos variados na última sessão. Na Ásia, o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 0,3%, enquanto o índice Xangai Composite recuou 0,1%, refletindo cautela dos investidores em meio a incertezas econômicas globais e preocupações com a desaceleração do crescimento na China e no Japão. No mercado de commodities, o petróleo Brent, referência global, registrou uma queda de 1%, fechando a 72,2 dólares por barril. Esse recuo foi atribuído a preocupações com o excesso de oferta e sinais de demanda enfraquecida em algumas regiões. A retração no preço do petróleo também foi influenciada por negociações no mercado financeiro e pela recuperação de algumas moedas emergentes frente ao dólar. A queda no preço do petróleo tem impacto significativo nas economias exportadoras e nos custos globais de energia, trazendo um alívio pontual para importadores, mas pressionando receitas de produtores.
Preocupação do Japão com câmbio
O Ministro das Finanças do Japão expressou preocupação com os recentes movimentos no mercado cambial, sinalizando a possibilidade de intervenções caso ocorram flutuações excessivas. Ele destacou que o governo está monitorando de perto o iene, especialmente diante das oscilações que refletem pressões externas, como políticas monetárias internacionais e especulação no mercado. Essas declarações vieram após uma desvalorização significativa da moeda japonesa frente ao dólar, que afeta negativamente o poder de compra do Japão e aumenta os custos de importação, especialmente de energia. O governo japonês reafirmou seu compromisso em adotar medidas apropriadas, caso necessário, para evitar impactos adversos na economia local. Analistas interpretam essas declarações como um sinal de que o Banco do Japão pode agir, seja diretamente, através de intervenções no mercado cambial, ou indiretamente, ajustando sua política monetária para estabilizar a moeda.
Cenário fiscal brasileiro
A Câmara dos Deputados concluiu a aprovação dos principais projetos relacionados ao pacote de gastos do governo federal. No entanto, a votação da Lei Orçamentária Anual foi adiada para fevereiro, após o recesso parlamentar. Esse adiamento deixa o governo autorizado a operar com orçamento provisório, permitindo apenas a execução de despesas essenciais para evitar a paralisação da máquina pública. O relator do orçamento, senador Ângelo Coronel, destacou que a decisão busca assegurar uma análise mais detalhada das contas públicas no próximo ano. Essa postergação foi bem recebida por alguns parlamentares, mas gera incerteza em setores que aguardam definições fiscais claras para 2024. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que haverá uma decisão definitiva sobre o tema nos próximos dias. Esse cenário reforça a complexidade de equilibrar as demandas por maior investimento público com a responsabilidade fiscal necessária para manter a confiança dos investidores.
Petrobras e combustíveis

A Petrobras segue monitorando o mercado antes de realizar novos ajustes nos preços dos combustíveis. A estatal enfrenta atualmente uma defasagem de 5% no preço da gasolina em relação ao mercado internacional, o que representa uma diferença de 14 centavos por litro, e de 14% no diesel, equivalente a 48 centavos por litro. Essa disparidade ocorre devido às variações cambiais e às oscilações nos preços internacionais do petróleo. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) alertou que a defasagem pode gerar prejuízos para os importadores e impactar a competitividade no setor. A Petrobras, por sua vez, afirmou que aguardará a estabilização de um novo patamar de preços globais antes de tomar decisões sobre reajustes. Essa postura visa equilibrar a necessidade de preservar o caixa da empresa, proteger o consumidor de volatilidades excessivas e manter a atratividade do mercado interno.
Atividades locais no Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu seus 39 ministros em um almoço de confraternização nesta sexta-feira. Segundo fontes do governo, o encontro teve um caráter mais informal, sem discussões aprofundadas de políticas públicas, e serviu para fortalecer laços e avaliar a integração da equipe ministerial. Estavam previstas falas de Rui Costa, Alexandre Padilha e Fernando Haddad. Paralelamente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, realizou uma transmissão ao vivo em que apresentou um balanço de sua gestão e discutiu os desafios enfrentados ao longo de seu mandato. A live, que havia sido originalmente programada para quarta-feira, foi reagendada para sexta, oferecendo uma visão sobre a condução da política monetária e as perspectivas econômicas do Brasil. Além disso, o Banco Central deu continuidade às intervenções no mercado, promovendo um leilão de linha de 4 bilhões de dólares e outro à vista de 3 bilhões.
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