
Diário das Commodities: Seu Futuro Rico de 06 de fevereiro
Queda nos Futuros da Soja em Chicago
Os contratos futuros de soja foram encerrados na quarta-feira com forte queda na Bolsa de Chicago. O contrato de março caiu 16 centavos por bushel, refletindo a pressão do mercado. A desvalorização ocorreu após um período de altas que levou a soja a atingir máximas de seis meses. Esse movimento baixista foi influenciado pela melhora climática na Argentina, aumentando o prêmio de risco associado às perdas na safra. Além disso, fatores como demanda assustadora e competição no mercado internacional também pesaram nos preços. A volatilidade continua sendo uma característica do mercado agrícola, impactando produtores e investidores.
Queda nos Preços do Milho e do Trigo
Além da soja, outros grãos também registraram desvalorização no pregão. O milho caiu 1 centavo por alqueire, enquanto o trigo recuou 4 centavos por alqueire. Esse comportamento foi impulsionado por fatores como oferta global abundante e ajustes no fluxo de exportações. No caso do trigo, o enfraquecimento da demanda internacional e a concorrência com fornecedores do Leste Europeu e da Austrália desenvolvidos para a pressão baixista. Já o milho enfrenta desafios relacionados ao planejamento no Brasil e às perspectivas de exportação dos Estados Unidos, que competem com o cereal sul-americano.
Chuvas na Argentina Melhoram Perspectivas da Safra
O mercado reagiu às chuvas registradas em importantes regiões produtoras da Argentina, que aliviaram preocupações sobre uma quebra severa na safra de soja e milho. A expectativa de menores perdas levou a uma redução nos prêmios de risco, enviando os preços na Bolsa de Chicago. Anteriormente, a seca havia comprometido o desenvolvimento das atividades, o que gerou especulações sobre uma menor oferta global. Contudo, com a melhora climática, traders e analistas revisaram suas projeções, trazendo um tom mais cauteloso ao mercado, já que a Argentina é um dos principais exportadores de grãos do mundo.
China Surpreende ao Comprar Soja da Argentina
O mercado foi pego de surpresa com a decisão da China de adquirir quatro navios de soja da Argentina para embarcar em maio. A expectativa era de que os chineses comprassem soja dos Estados Unidos, mas os custos elevados do produto americano reduzissem sua competitividade. A mudança na origem das compras reforça a importância da América do Sul no comércio global de soja, especialmente considerando os atrasos nos embarques do Brasil. Essa decisão estratégica da China destaca sua busca pelas melhores condições comerciais e diversificação de fornecedores para garantir o abastecimento interno adequado.
Atraso nos Embarques Brasileiros de Soja
Os embarques de soja do Brasil estão significativamente abaixo do normal, com apenas 1,16 milhão de toneladas exportadas até 3 de fevereiro. Esse volume representa menos da metade do registrado no mesmo período do ano passado. O problema é mais crítico nos portos do Norte, como Barcarena, onde o tempo de espera para embarque aumentou de sete para 24 dias em poucas semanas. Esse atraso impacta o fluxo de exportações e gera preocupação entre compradores internacionais. Enquanto isso, a relação entre nomes e embarques atingiu um dos níveis mais altos da história recente, evidenciando a lentidão logística.
Aumento no Custo do Frete e Margens de Oferta
Os custos de exportação influenciam diretamente a competitividade da soja brasileira. O nível de reposição para oferta em maio é de mais 10 centavos por bushel, considerando um frete de 37 dólares por tonelada. Além disso, as ofertas para embarque em março estão 185 centavos acima do contrato mais próximo na Bolsa de Chicago. Esse encarecimento reflete desafios logísticos e maior demanda sazonal. Como a soja brasileira é uma referência global, qualquer variação nos custos de transporte pode afetar o equilíbrio do mercado e os preços praticados internacionalmente.
Estoques de Soja na China em Queda Antes do Ano Novo Lunar
Na China, os estoques de soja nos seguem em queda. Até 24 de janeiro, os estoques recuaram 700 mil toneladas, atingindo 4,5 milhões de toneladas, o menor nível desde maio de 2023. Essa redução se deve ao atraso nos embarques da soja brasileira e ao aumento do processamento interno antes do feriado lunar, que impulsionou a demanda por matéria-prima. A abertura na oferta interna da China gera preocupações sobre a capacidade do país em manter um fluxo estável de suprimentos, tornando a logística de importação um fator crucial para a estabilidade do mercado.
Pressão da Oferta e Dependência Chinesa da Soja Brasileira
A dependência chinesa da soja brasileira é um fator chave para o mercado global. O atraso nos embarques do Brasil afeta diretamente os estoques chineses, agravando a necessidade de buscar fornecedores alternativos, como Argentina e Estados Unidos. A demanda da China continua elevada, impulsionada pelo setor de processamento de farelo e óleo de soja. No entanto, gargalos logísticos e desafios climáticos na América do Sul criam incertezas sobre a regularidade da oferta. O cenário reforça a volatilidade dos preços e a importância de estratégias de diversificação para mitigar riscos comerciais.
Venda de Milho dos EUA para o México
No mercado do milho, o USDA confirmou a venda de 330 mil toneladas para entrega ao México na temporada 2025/26. Essa transação ajudou a mitigar perdas em Chicago, uma vez que fortalece a demanda pelo cereal americano. O México é um dos principais compradores de milho dos EUA, e acordos como esse são fundamentais para sustentar os preços. No entanto, o mercado ainda observa com cautela a concorrência com a produção sul-americana, especialmente com o milho safrinha brasileiro, que pode impactar o equilíbrio global de oferta e demanda.
Ritmo Lento do Plantio do Milho Safrinha no Brasil
O plantio do milho safrinha no Brasil segue em ritmo lento, o que pode impactar o calendário de colheita e acompanhar o programa americano de exportação. Se o atraso persistir, os Estados Unidos podem ganhar espaço no mercado internacional, fornecendo milho para compradores que geralmente adquirem o produto brasileiro. O desenvolvimento da safra será acompanhado de perto pelos traders, pois qualquer problema climático pode alterar as projeções de oferta global. A incerteza sobre a produção brasileira mantém o mercado atento, influenciando as oscilações de preços em Chicago e no comércio internacional.
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