Queda da soja na Bolsa de Dalian
A cotação da soja na Bolsa de Dalian, na China, registrou uma queda próxima de 1%. Esse movimento reflete a percepção do mercado de que os preços podem continuar em baixa, seja por uma desvalorização na Bolsa de Chicago ou pela redução dos prêmios pagos pelo produto brasileiro. Essa queda impacta diretamente os exportadores brasileiros, uma vez que a China é o maior comprador da commodity. Além disso, a diminuição no preço pode ser um indicativo de menor demanda ou de uma expectativa de oferta maior no futuro, afetando as negociações internacionais e as estratégias comerciais das tradings.
Soja brasileira continua a mais barata
Apesar da queda dos preços na China, a soja brasileira segue sendo a opção mais acessível para os compradores internacionais. Essa competitividade se deve, em parte, ao câmbio favorável e ao alto volume de produção. Na semana anterior, a China negociou de 20 a 25 navios com soja, sendo entre 8 e 9 oriundos da Argentina e o restante do Brasil. Esse volume de negócios demonstra que, apesar dos desafios logísticos enfrentados pelo Brasil, a demanda pela soja nacional continua firme, garantindo uma participação expressiva do país no mercado global de exportação da oleaginosa.
Prêmios da soja variam conforme o período
Os prêmios pagos pela soja brasileira para embarques em março registraram um aumento significativo. Na semana passada, o prêmio estava 25 centavos acima da Bolsa de Chicago, enquanto em janeiro chegou a atingir 35 centavos abaixo. Esse crescimento de 60 centavos por bushel indica um aquecimento na demanda e uma valorização do produto brasileiro no mercado internacional. A principal razão para esse movimento é o atraso na colheita, que tem impactado a oferta disponível para exportação. Com a concentração de embarques nos próximos meses, a tendência é que os prêmios continuem elevados no curto prazo.
Atrasos na colheita e desafios logísticos
A colheita da soja no Brasil está progredindo, mas enfrenta desafios logísticos que afetam a eficiência das exportações. A falta de caminhões para transporte e a infraestrutura precária dos portos, especialmente no Norte do país, estão dificultando os embarques. Até 13 de fevereiro, o Brasil embarcou 3,8 milhões de toneladas de soja, dois milhões a menos do que no mesmo período do ano passado. Esse atraso na oferta para a China pode gerar uma demanda reprimida, resultando em um grande volume de exportações concentrado nos próximos meses e afetando a dinâmica do mercado internacional.
Exportações brasileiras devem atingir 105 a 107 milhões de toneladas
O Brasil deve exportar entre 105 e 107 milhões de toneladas de soja em 2024, um volume expressivo que reforça a posição do país como líder global na comercialização da commodity. No entanto, os atrasos atuais podem gerar gargalos logísticos e aumentar os custos de transporte. Além disso, a concentração dos embarques em março, abril e maio pode pressionar os portos e as tradings, tornando o processo mais desafiador. A soja que não foi embarcada até agora deve chegar à China nos próximos meses, o que pode impactar a demanda futura e a formação de preços no mercado internacional.
Oscilação nos preços do farelo de soja na China
Na semana passada, o farelo de soja registrou uma forte alta na China, tanto nos contratos futuros negociados na Bolsa de Dalian quanto no mercado físico. Essa valorização reflete a redução da oferta momentânea causada pelo atraso nos embarques brasileiros. No entanto, essa alta nos preços tende a ser temporária, pois, com a chegada da soja atrasada, os estoques chineses devem aumentar, normalizando os preços. O mercado acredita que essa reposição de estoques resultará em uma queda dos valores no médio prazo, reduzindo a pressão de alta sobre o farelo de soja nos próximos meses.
Impacto do atraso nos embarques sobre o esmagamento de soja
Com a redução dos embarques de soja para a China, o esmagamento da oleaginosa no país também deve sofrer impacto. A falta de matéria-prima pode levar a uma queda temporária na produção de farelo e óleo de soja, afetando o suprimento interno desses derivados. No entanto, assim que os embarques forem regularizados, a tendência é de uma recuperação na oferta e no processamento da soja. Esse cenário faz com que os preços do farelo estejam elevados no curto prazo, mas com perspectiva de queda a partir de maio, quando os volumes represados finalmente chegarem ao mercado chinês.
Volatilidade do mercado de petróleo e impactos na soja
A atenção do mercado global também está voltada para o petróleo, que pode registrar quedas significativas caso as tensões geopolíticas diminuam. O envolvimento dos Estados Unidos nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia e na resolução do conflito na Faixa de Gaza pode levar a uma maior estabilidade nos preços do petróleo. Além disso, países como Egito, Brasil e outras nações do Oriente Médio estão anunciando projetos de expansão da produção de petróleo, o que pode aumentar a oferta global e reduzir os preços. Essa queda no petróleo pode impactar o mercado de biocombustíveis, influenciando indiretamente os preços da soja.
Negociações diplomáticas e possível impacto no mercado
As recentes conversas diplomáticas envolvendo os Estados Unidos, Arábia Saudita e outras nações do Oriente Médio sugerem um possível avanço nas negociações de paz na Faixa de Gaza. Além disso, há sinais de que um acordo entre Rússia e Ucrânia pode estar mais próximo. Se essas questões geopolíticas forem resolvidas, o mercado pode experimentar uma redução na volatilidade, impactando diretamente os preços das commodities, incluindo a soja. A diminuição dos riscos pode levar a um menor custo do transporte marítimo e a um ambiente comercial mais estável, beneficiando exportadores brasileiros e ajudando a normalizar os fluxos comerciais.
Tendência de queda dos preços futuros da soja
Apesar da alta nos preços da soja no curto prazo, impulsionada pelos atrasos na colheita e nos embarques, as cotações para os meses de maio a setembro já apresentam sinais de queda. Essa expectativa decorre do aumento da oferta global, uma vez que a soja atualmente represada no Brasil e na Argentina chegará ao mercado nos próximos meses. Além disso, a normalização da logística e a recuperação dos estoques chineses devem reduzir a pressão de alta sobre os preços. Os investidores e comerciantes de soja precisam estar atentos a esses movimentos para planejar suas estratégias de venda e compra no mercado futuro.
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